EDUCAÇÃO E EFETIV + AÇÃO EM SANTA CATARINA

2006 - EEB Frederico Fendrich
EEB Frederico Fendrich - 2007



No início do ano de 2006, com a formação Superior em professora de História, assumi o concurso público de professora Assistente Técnica Pedagógica (responsável por projetos de aprimoramento, prevenções e intervenções no processo ensino aprendizagem e suporte da gestão educacional) pela Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina.

Minha primeira experiência foi na EEB Frederico Fendrich em São Bento do Sul, município localizado no Planalto Norte do estado.

A caminho para assinar a posse sofri um acidente com o meu irmão. A rodovia de Guaratuba a Garuva estava em reforma e o pneu da moto estourou e caímos. Fui de ambulância para o Hospital Regional em Joinville. Eu experimentei o equipamento de ressonância magnética pela primeira vez, mas tive que ficar horas com roupa suja e molhada para chegar a minha vez. (rsrsrs)

Ainda bem que meu irmão pediu para eu ir viajar de calça. porque eu iria de bermuda, era verão, calor. Sai dois dias antes do dia da posse, outro ponto positivo da minha pessoa da época - "responsabilidade". Era algo muito importante para minha vida, eu precisava deste trabalho, minha sobrevivência.

Recebi alta no dia, mas fui a São Bento do Sul com muitas dores no tórax e no abdômen, havia lesões na pele. Lá eu falei do fato para algumas pessoas e me sugeriram uma massagista. Ela me ajudou a minimizar as lesões e tomei remédios por três dias. Em uma semana não sentia mais nada, era jovem, apenas 26 anos.
Enfrentei algumas pedras no caminho na nova cidade, como por exemplo o frio rigoroso, o xenofobismo, salário baixo, dificuldades financeiras, o afastamento da minha família de origem e a subida do morro de Serra Alta com destino a Corupá todos os dias a pé.

Diante dos obstáculos, abarquei muitas aprendizagens, superações, amigos e projetos maravilhosos com a equipe de professores e alunos. Recebi o apelido de "promoter de eventos". Com a equipe de professores realizamos Concurso de Declamação de Poesias, Teatros, passeios, gincanas, dramatização de músicas, paródias, reforma da escola etc.
Um dos projetos foi a Reforma da Biblioteca pela lei Rounet. Não consegui conhecer a realização do projeto. Sei que aconteceu. Não vi, porque voltei a morar em Garuva, saiu a minha remoção tão desejada, queria ficar mais perto da minha amada mãe e família, que morava em Guaratuba, litoral paranaense, 40 km de Garuva.

Tenho muita gratidão a tudo que vivi. Ao recordar a minha História em São Bento do Sul, que trabalhei também como professora particular, professora do CEJA e professora da Escola Roberto Grant no período noturno para pagar minhas contas, já que eu era responsável pela minha sobrevivência, abarcava a carga horária de 60 horas semanais. Eu pagava aluguel, a mensalidade do curso Superior de Letras na UNC em Mafra e minhas despesas com alimentação e viagens para visitar minha família.

Ao rever a minha História como educadora, me faz refletir sobre a situação do profissional de Educação do Estado que atualmente recebe um vale alimentação vergonhoso R$ 216,00 (duzentos e dezesseis reais) e sem direito a comer a merenda. Dividido por 30 dias, ficaria sete reais e vinte centavos para dividir para o período da manhã e da tarde. Assim, três reais e dez centavos para comer. Sem contar com os descontos de imposto de renda e contribuição para o IPREV. Pago previdência privada e só vou ter direito a receber 80% do salário base segundo nova legislação quando aposentar e nem sei se vou me aposentar, porque ninguém sabe até quando vai viver. O professor vive de empréstimos, trabalha para a Secretaria de Educação e para os bancos. Como o salário é fixo, o banco empresta com facilidade.

Escrever a minha História do início da minha carreira no estado de Santa Catarina faz-me entender a minha força, meu amor incondicional pela educação e o que me realiza como ser humana. No entanto, compreendo que preciso olhar mais o meu financeiro e a minha vida pessoal.

Eu anelo desfrutar um dia da valorização do profissional de educação. Que eu possa viajar o mundo e viver no conforto sem migalhas e sim com valorização, respeito, sabedoria e afeto.

Eu de coração, quero que cada aluno, cada professor, cada pessoa se torne estrela. Sonhe, viva e realize!! Brilhe cada um com a sua cor, suas características, suas escolhas!!
Que o nosso Planeta se torne lindas constelações vivas!! Meu sonho pode ser utopia para alguns, que vivem na normose, para mim, NÃO. Vejo muitos alunos e ex-alunos que brilham como estrelas! Quero também brilhar e que minha família brilhe também.

Gratidão pelas vivências e experiências que me fizeram chegar mais próxima de Deus, compreendendo sua paz, sua bondade, seu amor universal. Gratidão por me ensinar a entender a ingratidão e competição boba que existe no mundo e também existia em mim. Dou luz as minhas sombras. Dou luz as sombras da crise de desvalorização do profissional de educação.
Gratidão, Deus, pelas oportunidades que me tens dado de testemunhar o Amor com que amas a mim e a todas as pessoas.
Torno meus dias cada vez mais coloridos, atraindo pessoas verdadeiras, sentimentos sinceros, momentos inesquecíveis e sobretudo VALOR.
Sei que sou capaz de fazer isso! Sei que todo ser humano é capaz de fazer isso! Apenas minha GRATIDÃO!


✨Terapia da escrita - transmuta energias negativas e abre caminho para novas oportunidades e bençãos do Criador.
Hauxxx!! Viva a cura no Sistema Educacional! Ahoooo!
Jacki Mach'do





EEB Frederico Fendrich - 2007
EEB Frederico Fendrich - 2007

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